segunda-feira, 26 de julho de 2010

Blog do Tio Erik: Descoberta a maior estrela do Universo

Blog do Tio Erik: Descoberta a maior estrela do Universo: "Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/07/2010 Chamada pelos cientistas, na falta de hiperlativos, de 'estrela hipergigante', a R136a1..."

Descoberta a maior estrela do Universo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/07/2010



Chamada pelos cientistas, na falta de hiperlativos, de "estrela hipergigante", a R136a1 tem mais de 300 vezes a massa do Sol - isto é duas vezes mais do que os astrônomos acreditavam até hoje ser o tamanho máximo de uma estrela. [Imagem: ESO/M. Kornmesser]

Maiores estrelas do Universo
Combinando medições feitas por instrumentos do Very Large Telescope do ESO (Observatório Europeu do Sul), astrônomos descobriram as estrelas de maior massa conhecidas até hoje, inclusive aquela que agora merece o título de "maior estrela do Universo".
Chamada pelos cientistas, na falta de hiperlativos, de "estrela hipergigante", ela tem mais de 300 vezes a massa do Sol - isto é duas vezes mais do que os astrônomos acreditavam até hoje ser o tamanho máximo de uma estrela, que se calculava ser de 150 massas solares.
A existência dessas estrelas monstruosas - milhões de vezes mais luminosas do que o Sol, e que perdem massa através de poderosos ventos estelares - reabre a questão, mas também poderá ajudar a responder a pergunta "Qual é o tamanho máximo que uma estrela pode ter?" Por enquanto, elas podem ser tão grandes quanto a maior que pudemos encontrar.
A R136a1 não é apenas a estrela de maior massa já encontrada, mas é também a que apresenta a maior luminosidade, sendo cerca de 10 milhões de vezes mais brilhante do que o Sol.
"Devido à raridade de tais objetos, penso que será bastante improvável que este novo recorde seja batido rapidamente," diz Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, que chefiou a equipe que fez a descoberta.

Fábricas cósmicas
Os astrônomos utilizaram imagens do VLT e do Telescópio Espacial Hubble para estudar detalhadamente dois enxames estelares jovens, NGC 3603 e RMC 136a.
O NGC 3603 é uma fábrica cósmica, onde novas estrelas formam-se em um ritmo frenético a partir das extensas nuvens de gás e poeira da nebulosa, situada a cerca de 22.000 anos-luz de distância.
O RMC 136a (mais conhecido por R136) é outro enxame estelar composto por estrelas jovens, quentes e de grande massa, que se situa no interior da Nebulosa da Tarântula, numa das nossas galáxias vizinhas, a Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 165.000 anos-luz de distância.
Durante a pesquisa, a equipe encontrou várias estrelas com temperaturas superficiais de mais de 40.000 graus Celsius, ou seja, mais de sete vezes mais quentes do que o nosso Sol, algumas dezenas de vezes maiores e vários milhões de vezes mais brilhantes.

Maior estrela do Universo
Comparações com modelos estelares levaram à conclusão de que várias destas estrelas nasceram com massas superiores a 150 massas solares.
A estrela R136a1, encontrada no enxame R136, é a estrela de maior massa conhecida até agora, com uma massa atual de cerca de 265 massas solares e com uma massa de 320 vezes a massa do Sol na época do seu nascimento.
No NGC 3603, os astrônomos puderam também medir diretamente a massa de duas estrelas que pertencem a um sistema de estrela dupla, de modo a validar os modelos utilizados. As estrelas A1, B e C neste enxame têm massas estimadas, no momento do seu nascimento, acima ou próximas de 150 massas solares.




A estrela A1 do NGC 3603 é uma estrela dupla, com um período orbital de 3,77 dias. As duas estrelas do sistema têm, respectivamente, 120 e 92 vezes a massa do Sol, o que significa que se formaram com as massas respectivas de 148 e 106 massas solares.
O RMC 136a, o lar da maior estrela do Universo, é um enxame estelar composto por estrelas jovens, quentes e de grande massa, que se situa no interior da Nebulosa da Tarântula, numa das nossas galáxias vizinhas, a Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 165.000 anos-luz de distância. [Imagem: ESO/P. Crowther/C.J. Evans]

Estrelas superpesadas
Se a R136a1 substituísse o Sol no nosso Sistema Solar - mantidas as distâncias relativas - ela seria mais brilhante do que o Sol na mesma proporção que o Sol é mais brilhante que a Lua Cheia.
"A sua elevada massa reduziria o tamanho do ano na Terra de cerca de três semanas, e a Terra seria banhada por uma radiação ultravioleta incrivelmente intensa, o que tornaria impossível a existência de vida no nosso planeta," diz Raphael Hirschi, da Universidade de Keele, também pertencente à equipe.
Estas estrelas superpesadas são extremamente raras, formando-se apenas no interior dos enxames estelares mais densos. Distinguir estrelas individuais - o que foi agora conseguido pela primeira vez - requer uma resolução extraordinária, só alcançada pelos modernos instrumentos infravermelhos do VLT.
A equipe também estimou a massa máxima possível das estrelas pertencentes a estes enxames e o número relativo de estrelas de maior massa.
"As estrelas menores têm um limite inferior para a massa de aproximadamente oitenta vezes a massa de Júpiter, limite abaixo do qual se tornam 'estrelas falidas' ou anãs-castanhas," diz Olivier Schnurr, do Astrophysikalisches Institut Potsdam. "Os nossos novos resultados apoiam a ideia anterior de que também existe um limite superior para a massa das estrelas, embora os resultados subam este limite por um fator de dois, para cerca de 300 massas solares."
Ventos das estrelas
Estrelas de grande massa produzem ventos muito poderosos, por meio dos quais elas vão aos poucos perdendo massa.
"Contrariamente aos humanos, estas estrelas nascem muito pesadas e vão perdendo peso à medida que envelhecem," diz Paul Crowther. "Com um pouco mais de um milhão de anos, a maior delas, a R136a1, encontra-se já na 'meia-idade' e passou por um intenso regime de perda de peso, tendo já perdido um quinto da sua massa inicial nesse período, o que corresponde a mais de cinquenta massas solares."
No interior do R136, apenas quatro estrelas pesavam mais do que 150 massas solares no momento do seu nascimento. No entanto, sozinhas, elas são responsáveis por praticamente metade do vento estelar e da radiação liberada por todo o enxame.
A R136a1 libera energia para o meio ao seu redor cinquenta vezes maior do que o enxame da Nebulosa de Órion, a região de formação de estrelas de grande massa mais próxima da Terra.

Supernovas instáveis
Compreender a formação de estrelas de grande massa é, por si só, algo muito complexo, devido às suas vidas muito curtas e seus ventos poderosos.
Se não fosse o suficiente, a identificação de casos tão extremos como a R136a1 complica ainda mais o já elevado desafio posto às teorias. "Ou estas estrelas se formaram já muito grandes ou então estrelas menores fundiram-se para as produzirem," explica Crowther.
Estrelas com massas entre 8 e 150 massas solares explodem no final das suas curtas vidas sob a forma de supernovas, das quais restam objetos exóticos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros.
Tendo agora estabelecido a existência de estrelas com massas compreendidas entre 150 e 300 massas solares, os astrônomos levantam a hipótese da existência de objetos excepcionalmente brilhantes, "supernovas instáveis", que explodiriam completamente, sem deixar restos de espécie alguma, e que liberariam até cerca de dez massas solares de ferro para o meio interestelar.

Blog do Tio Erik: NOVO CÓDIGO FLORESTAL PODE AGRAVAR AMEAÇA À AMAZÔN...

Blog do Tio Erik: NOVO CÓDIGO FLORESTAL PODE AGRAVAR AMEAÇA À AMAZÔN...: "A proposta de reforma do Código Florestal desperta temores de que a Amazônia possa ficar mais vulnerável do que nas últimas décadas, apesar ..."

NOVO CÓDIGO FLORESTAL PODE AGRAVAR AMEAÇA À AMAZÔNIA

A proposta de reforma do Código Florestal desperta temores de que a Amazônia possa ficar mais vulnerável do que nas últimas décadas, apesar dos recentes avanços na sua proteção.
Com apoio da bancada ruralista, tramita no Congresso uma proposta para alterar o código de 1965, transferindo aos Estados importantes poderes hoje conferidos ao governo federal no estabelecimento das políticas de proteção florestal.
Ambientalistas dizem que isso poderia dar espaço para regras mais brandas em relação ao avanço da atividade agropecuária sobre a floresta, cuja manutenção é vital para o equilíbrio climático global.
O projeto também concede anistia por multas aplicadas até 2008 pela violação do atual código, e reduz drasticamente a área que os fazendeiros precisam preservar em suas terras. A legislação pode causar problemas políticos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou para o presidente que for eleito neste ano. Uma comissão especial do Congresso aprovou a reforma neste mês, e ele deve ser levado ao plenário ainda neste ano, provavelmente depois da eleição de outubro.





"Será um enorme constrangimento para quem chegar ao cargo (de presidente)", disse Fábio Scarano, diretor-executivo da ONG ambientalista Conservação Internacional do Brasil. "Ambientalmente é um desastre pelo que a ciência nos diz, e do ponto de vista agrícola também é um desastre. A água que eles usam para a irrigação é a água protegida por essas próprias reservas. Todos os lados perdem."
Defensores da reforma dizem que ela tornaria o setor agrícola brasileiro mais competitivo por dar aos produtores acesso a mais terras. Eles lembram que um artigo do projeto estabelece uma moratória de cinco anos para qualquer novo desmatamento, o que seria uma prova de que a reforma, se aprovada, não significará uma nova onda de destruição da Amazônia. Os agricultores dizem que as regras mais rígidas para a proteção da floresta nos últimos anos deixaram muitos deles fora da lei, mesmo que os próprios produtores rurais não tenham sido responsáveis pelo desmatamento da terra agora usada para fins agrícolas.
"A lei autoriza os Estados a legalizarem suas terras. Em áreas que estão produzindo e que foram desmatadas, os Estados podem permitir que elas continuem produzindo", disse Assuero Doca Veronez, chefe da comissão de Meio Ambiente da Confederação Brasileira da Agricultura e da Pecuária.
"A lei de forma alguma enfraquece a proteção ambiental no sentido de permitir novo desmatamento."

MUITO PERIGOSO
Pelo projeto, os agricultores dos Estados amazônicos precisariam manter apenas 20 por cento das suas terras como reserva, e não 80 por cento, como agora.
"O Código Florestal proposto é muito perigoso porque cria a expectativa de que você sempre vai ter essas anistias para que as pessoas possam continuar violando a lei", disse Philip Fearnside, ecologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, uma entidade privada.
O acirrado debate entre os ambientalistas e o lobby ruralista ocorre num momento de continuado declínio no ritmo da destruição da Amazônia. Isso permitiu que o governo argumentasse que está a caminho de cumprir uma meta, citada por Lula na cúpula climática global de Copenhague no ano passado, de até 2020 reduzir em 80 por cento a taxa anual de destruição da Amazônia, em relação ao auge registrado no período 1996-2005.
Dados preliminares de satélites divulgados nesta semana mostraram que o desmatamento da Amazônia caiu 47 por cento entre agosto de 2009 e maio deste ano, em comparação ao mesmo período de um ano antes. No período 2008-09, houve uma queda confirmada de 42 por cento no desmatamento, que atingiu 7.464 quilômetros quadrados.
Defensores da reforma dizem que a floresta não precisa de mais proteção do que já tem. Mas uma alta na cotação dos produtos agrícolas, acompanhando a recuperação econômica mundial, poderia estimular os produtores rurais a devastarem pedaços maiores da floresta, disse Fearnside.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100726/manchetes/manchetes_ambiente_amazonia_lei

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que é VIDA?

...
E a vida
E a vida o que é diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão, ê ô
Mas e a vida
Ela é maravida ou é sofrimento
Ela é alegria ou lamento
O que é, o que é, meu irmão
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo
É uma gota é um tempo que nem dá um segundo
Há quem fale que é um divino mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida e viver
Ela diz que melhor é morrer pois amada não é
E o verbo é sofrer
...

O que e o que e
(Gonzaguinha)

Nosso planeta é cheio de vida, é impressionante a biodiversidade na terra, na água e no mar. Quem nunca se perguntou de onde vem toda essa variedade e quando ela surgiu. Essa é uma das questões que intriga a ciência até hoje.
A vida é muito mais fácil de ser identificada do que explicada, por isso que até hoje ninguém consegui definir esse fenômeno. Desde crianças aprendemos que um ser vivo nasce, cresce, reproduz e morre. Mas, a vida é mais do que um monte de predicados sem uma conexão lógica. As melhores palavras que podem traduzir a vida são: INTERAÇÃO e TRANSFORMAÇÃO.
A vida interage e sempre está em transformação mesmo que nós não possamos ver. A todo o momento seu organismo luta contra forças da física, evitando que você entre em um equilíbrio estacionário com o ambiente. Os organismos vivos continuam vivos, pois desorganizam o ambiente ao seu redor, consumindo energia e matéria continuamente e dessa forma mantém um equilíbrio dinâmico. Tal qual um pia que está com o ralo aberto, mas não seca, pois existe uma torneira ligada que repõem a água que está vazando. Por isso ela nunca SECA, mas sempre se RENOVA.
Mas a pergunta persiste!! O que é a vida? Sinceramente eu não sei conceituar, mas eu vou tentar explicar da melhor forma possível.



Se olharmos para a história da terra, nós veremos um passado de muita turbulência. A Terra, em sua infância, era extremamente irritada, cuspia lava para todos os lados, muito quente e inóspita para qualquer forma de vida. Mas, com o tempo ela foi se acalmando, resfriando. Esse transcorrer da história do nosso planeta foi muito importante, pois possibilitou a presença dos principais ingredientes para o surgimento da vida.
Os elementos presentes na Terra primitiva combinaram-se e ocorreu a passagem da matéria inanimada para a animada. Perceba o seguinte, para essa transformação existem várias explicações, que vamos discutir no próximo capítulo sobre origem da vida.
Até o momento sabemos que a vida está relegada ao nosso planeta, ainda não temos prova concretas de vida extraterrestre. Mas, se pararmos para pensar bem, seria muito desperdício de espaço se a vida for um fenômeno único. Se for desse jeito, posso dizer que singularidade do fenômeno será perturbadora.
A vida faz parte dos chamados sistemas complexos, para os quais o tempo é irreversível e construtivo, ou seja, pode-se reconstruir a história da evolução dos seres vivos e da própria vida, mas é impossível definir sua trajetória futura.
A vida é ainda um sistema altamente organizado, em contraste com um universo que sempre tende ao aumento da desordem (entropia), como afirma a segunda lei da termodinâmica. A contradição, porém, é apenas aparente. O aumento da organização do mundo vivo é local: diz respeito só aos seres vivos e não a todo o universo. Assim, tais seres absorvem do meio a energia (alimentos, no caso dos heterotróficos, e luz solar, no caso dos autotróficos) necessária para suas atividades e para manter sua organização, mas no balanço final o universo continua tendendo à desordem.
Por muito tempo a pergunta sobre o que é a vida não foi feita de forma direta, pois a vida fazia parte de algo maior na antiguidade, que era basicamente a discussão da ordem do universo, por isso o mundo vivo era apenas mais uma manifestação dessa ordem.
Para Tales (c. 624-545 a.C.), a origem de tudo era a água; para Anaxímenes (morto em torno de 500 a.C.), era o ar. Partindo deles, e passando por sábios como Aristóteles (384-322 a.C.), com seu sistema de causas (material, formal, motriz e final) que explicariam a essência das coisas, chegou-se ao Renascimento ainda com a concepção de que cada corpo do mundo (estrela, pedra, planta, animal) seria sempre o produto de uma combinação específica de matéria e forma.
Por muito tempo o homem tentou desvendar o universo cifrado por Deus(es). Os fenômenos naturais eram repassados a esfera divina e o homem deveria desvendar, com uma leitura cuidadosa, a vontade divina.
A partir do século 17, o positivismo ganha espaço e inicia uma busca por ordem e generalidades. Todas as coisas, inclusive os seres vivos, ganham uma especificidade. A forma visível deixa de ser um signo que pode informar sobre uma essência oculta, um testemunho das intenções da natureza, e passa a ser, ela mesma, o objeto de estudo.
O homem passa a usar o método científico para entender o funcionamento e não sua criação divina. Porém, nasce um novo problema, pois a vida passa a ser reconhecida como um modelo de máquina. O vivo integra com a grande mecânica que faz o universo girar e deve ser entendido pelas leis físicas. Por isso, perdeu-se a preocupação de entender a essência e a ótica voltou-se para um conjunto de parte que interage entre si, ofuscando dessa forma a interação com o ambiente e a transformação da vida.
Alguns cientistas da época refutaram a idéia do mecanicismo e propuseram outra teoria - o animismo. Eles afirmavam que a vida é movida por uma “força vital” - nota-se, nessa expressão, que a natureza da explicação ainda vem das ciências físicas (força), mas já se busca uma especificidade, com o adjetivo (vital).
O debate sobre o que é vida ganhou novo gás no final do século 18 quando surgiu o vitalismo, que separou os seres vivos do mundo das máquinas e constitui de um novo campo do conhecimento: a biologia. Os cientistas passam a estudar as partes e passa a se preocupar com o conjunto de funções.
O que confere ao vivo suas propriedades é um sistema de relações que produz um todo, não se reduz às partes. Surge então a idéia de um conjunto de qualidades específicas, que o século 19 chamará de vida.
Immanuel Kant (1724-1804) explica que o mundo vivo vence a entropia (a desorganização), pois conta com forças de formação e regulação, o que ele chamou na época de princípios interiores de ação. A partir do século XX acirrados debates são realizados para tentar conceituar o mundo vivo. Dessas contendas surgem três óticas importantes, que vamos discutir em seguida.

Vida – Nascer, Crescer, Reproduzir e Morrer.
Alguns autores referem-se a vida como um conjunto de funções ou propriedades. Essa idéia povoa os livros didáticos até hoje. Como eu me referi no início, se for possível destacar características tais como, nascer, crescer, reproduzir e morrer, você pode considerar que há vida.
Porém, esse conceito é frágil, pois outros sistemas complexos podem apresentar essas características, por exemplo, estrelas, nascem, crescem, morrem e dão origem a buracos negros. O segundo ponto frágil decorre do primeiro: como definir o momento da transição de inanimado para vivo? Imaginar um momento em que todos os predicados surgissem a um só tempo é muito próximo de imaginar o instante da ‘criação divina’.

Vida – Entenda as moléculas e Compreenda a Vida.

Em 1944, o austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961), descreveu a vida a partir dos conceitos da física moderna. Schrödinger falou sobre dois temas básicos: a natureza da hereditariedade e a ordem a partir da desordem. Na essência, suas idéias são simples: o gene deveria ser um tipo de cristal aperiódico, que armazenaria informação através de um código em sua estrutura. Essa profética afirmação seria confirmada com o modelo de dupla hélice do DNA. Quanto ao segundo tema, Shrödinger ressaltou que o ser vivo mantém sua ordem interna aumentando a desordem no meio externo e, portanto, sem contrariar a segunda lei da termodinâmica.
As idéias propostas por Schrödinger focam no estudo do infinitamente pequeno (estudo das moléculas e do código genético) para explicar o fenômeno complexo da vida. Esse conceito de vida influencia o trabalho de muitos cientistas, que se preocupam em estudar a estruturas e o funcionamento dos genes para compreender o mundo vivo. Perceba que essa é uma idéia bem reducionista, ou seja, para entender quem você é, basta entender como suas moléculas interagem entre si no mundo microscópico.

Vida – “Viver é Conhecer” e “Conhecer é Fazer”
O modelo da Autopoise proposto pelos neurobiólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela. Essa proposta afirma um ser vivo é um sistema caracterizado como uma rede fechada de produções moleculares, onde as moléculas produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu. Traduzindo, se tem vida é porque conseguiu interagir com o meio e construir uma condição favorável para se manter vivo.
Para o modelo da autopoise, não existe estruturas hierárquicas. O que interessa é como tudo se relaciona e matem o organismo vivo. A autopoiese vê a organização do vivo como uma rede de produção de moléculas que se regenera continuamente e, ao mesmo tempo, define o domínio onde tal rede se realiza. Essa idéia é nada mais do que a própria célula, pois temos o núcleo e o citoplasma onde ocorrem as reações delimitadas pela membrana plasmática.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

EU VOU BEIJAR MUITO!!!

"Os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicarem que há uma mina perto"
Arthur Rimbaud (1854-1891)



Olá pessoal!! Tudo bem?
Eu devia ter postado essa matéria a muito tempo atrás. Mas, a preguiça e a minha memória (que anda falhando faz tempo) não deixaram que isso acontecesse. Pois bem, havia escrito esse post para ser liberado no dia dos namorados, mas só agora ele está saindo das profundezas do meu computador.

Nós vamos tratar aqui do beijo. Não de todos os tipos, o que é uma pena, mas vou tentar ser o menos cientifico possível, para que esse ato tão bonito (e gostoso) não se torne algo frívolo. Então sem mais enrolação vamos nessa!!!!

Como surgiu o beijo?
Se eu conseguisse responder a essa pergunta provavelmente eu ganharia o Nobel (não sei de que categoria, mas provavelmente ganharia). Os primeiros relatos datam de de1500 a.C. São esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia.
No século 6 da era cristã, o Kama Sutra estava repleto de referências aos beijos. Ele ensina, entre outras coisas, que "não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos", pois "o amor não cuida do tempo ou da ordem". Mas, como o beijo tornou-se algo rodeado e arraigado de sentimento de carinho, paixão, amor e por que não dizer de traição e ódio. Calma, eu explico mais a frente.
Penso que a história do primeiro beijo é muita, mais muito mais antiga do que as datas acima. A maioria dos pesquisadores propõe que o beijo origina-se do ato da mãe alimentar o bebê com outros alimentos que não o leite materno. Após alguns meses de vida, a introdução de alimentos na dieta da criança é algo normal. No intuito de facilitar a deglutição e a digestão da cria, as mães mastigavam previamente o alimento e depois davam aos filhos através da boca, e nisso, tinham que encostar os seus lábios com os lábios da criança.
Bem!! Parece uma boa hipótese, e eu sou inclinado a reconhecê-la como uma boa saída para a origem do beijo. Supõe-se, além disso, que o beijo está relacionado ao ato de cheirar e conseqüentemente ao reconhecimento, pelo odor, dos indivíduos de uma mesma família.
Vamos para alguns dados históricos que eu pesquei na net.
Diz-se que na Suméria, antiga Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Na Antiguidade também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates. Era uma espécie de prova de reconhecimento. Aliás, os gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram a prática.
Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos podiam beijar apenas os pés. Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, ou beijo dos amantes.
Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro (Fala sério heim!!!). Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era o beijo do czar.
No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente.
O beijo se espalhou pela cultura indo-européia, pois os gregos adotaram o gesto com grande entusiasmo. Eles chegaram até a descrever vário tipos de beijos, façanha essa realizada pelo grande historiador Heródoto.
O beijo é algo tão importante que ele foi absorvido pelos vários ramos da cultura e da arte. É só você lembrar como a bela adormecida é retirada de seu sono profundo, ou de como é quebrado o encantamento maléfico da bruxa, ou ainda como o beijo marca a traição de Jesus cristo.
Mas, o beijo nem sempre foi visto com bons olhos (ou bocas nesse caso) por todas as culturas. Por exemplo, a Igreja Católica se encarregou de reprimi-lo caso a intenção fosse libidinosa em vez de apenas a execução automática de um gesto de etiqueta. Os clérigos assustavam-se na época com o prazer que o beijo podia transmitir.
No século 19, constatou-se, para surpresa dos ocidentais, que muitas culturas ignoravam o prazer do beijo. Povos do Pacífico Sul e tribos africanas não tinham esse hábito. Os esquimós preferiam roçar os narizes (o famoso beijo de esquimó) e os japoneses nunca admitiriam em público que gostavam de beijar.

A biologia do beijo
Eu costumo dizer que o beijo é praticamente um termômetro do relacionamento. Se você beija muito, a temperatura do relacionamento está alta, do contrário o negócio ta ficando frio, sem graça.
Um beijo movimenta cerca de 30 músculos e gasta o equivalente a 14 calorias. O ato de beijar favorece o sistema circulatório, aumentando de 70 para 150 batimentos por minuto os corações dos apaixonados, isso beneficia a oxigenação do sangue.
Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Substâncias como a fenietilamina que está ligada a sensações de amor, dopamina ligada à emoção amorosa e as endorfinas ligadas ao prazer invadem o organismo dos apaixonados.
Durante a troca de saliva, a boca é invadida por milhões de bactérias, 9 mg de água, 18 mg de substâncias orgânicas, 7 dcg de albumina, 711 mg de materiais gordurosos e 45 mg de sais minerais (ufa!!).
No caso dos homens, a saliva contém testosterona, que é passada para a parceira (ou parceiro, assim como desejar!!) durante o beijo. O beijo com mais saliva (também não é muita, tá?!) é capaz de transferir mais testosterona, o que incentiva o apetite sexual nas mulheres.
Meninas!!! Façam uma peregrinação na memória e lembrem-se do beijo mais gostoso que já deram. Fiquem sabendo que aquele jovem rapaz de que você acabou de lembrar produzia muita testosterona, por isso o beijo era tão bom.
Mais de 75% das pessoas inclinam a cabeça para a direita ao beijar. Os cientistas acreditam que essa preferência tenha se iniciado antes do nascimento, quando nossas cabeças estão do lado direito do útero. Portanto, os músculos da cabeça, pescoço e ombros inclinam a cabeça de forma que o nariz não toque com o nariz do parceiro.
O beijo apresenta três fatores importantes: o psicológico, o biológico e o cultural.
- Sua resposta psicológica depende do seu estado mental e emocional, bem como você se sente em relação à pessoa que estiver beijando. Sob o aspecto psicológico, beijar alguém que você deseja estimula sentimentos de vínculo e afeto. Mas se está beijando alguém de quem você não gosta, ou se for beijado contra sua vontade, sua resposta será completamente diferente;
- Seu corpo reage fisicamente ao fato de ser beijado. A maior parte das pessoas gosta de ser tocada e isso é parte da sua resposta corporal ao beijo. Mas, o beijo também afeta todo o corpo, desde o fluxo sangüíneo até seu cérebro;
- A cultura na qual você foi criado tem um papel muito importante sobre o que você sente em relação ao beijo. Na maior parte das sociedades ocidentais, as pessoas estão condicionadas ao beijo. O comportamento das pessoas a sua volta, as imagens da mídia e outros fatores sociais podem afetar dramaticamente a maneira como você reage quando é beijado

Para finalizar!!!
Os jovens vivem desesperados a procura de beijos, pois a cultura atual do “ficar” impõe padrões de relacionamentos sem compromisso (não me interpretem mal, só estou falando do que nós vivemos hoje).
Beijar é muito bom! Principalmente, se você beijar quem você gosta de verdade. Porém, a onda é quem beija mais e beija muitos, por isso o beijo perdeu o sentido sepulcral dos amantes. Ele se tornou um torneio. O beijo pelo simples ato de encostar os lábios é parecido com o chiclete que vai perdendo o açúcar, nós enjoamos e temos que comprar outro.

DÊ VALOR AO SEU BEIJO. ESCOLHA A BOCA DA ALMA QUE TE ENCANTA. BEIJE COM SENTIMENTO.

Um abraço
Tio Erik

P.S.: Mas, pra saber qual a boca certa, a gente tem que experimentar algumas (ou várias), então beije bastante. Porém, tenha consciências do que na verdade do que você quer. Se quer apenas a boca ou se quer o sentimento.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Célula Frankenstein

O homem criou vida artificial
Esses são momentos que ficaram marcados na história da humanidade, assim como a clonagem da ovelha Dolly e o seqüenciamento do genoma humano. O biólogo norte americano Craig Venter anunciou na Science sua grande façanha; ele conseguiu produzir um genoma artificial e inseri-lo em uma célula sem material genético, fazendo com que essa célula desenvolvesse vida, respondendo a estímulos ambientais, realizando reações metabólicas e, o mais surpreendente, conseguindo reproduzir-se.
Assim como na história do ser humano construído pelo doutor Frankenstein, o homem foi capaz de produzir uma célula sintética. A máxima imortalizada pelo pesquisador Rudolf Virchow ”omnis cellula e cellula” (toda célula vem de outra célula), hoje caia por terra.
O biólogo Craig Venter é velho conhecido do mundo da genética. Causa admiração e ódio em partes iguais, por conta de seu trabalho com genomas e de seu ego um tanto quanto inflado, respectivamente.
Venter nasceu em 1946 em Utah, nos Estados Unidos, mas cresceu na Califórnia. Foi mau aluno e surfista na adolescência, mas o serviço num hospital da Marinha no Vietnã fez surgir seu interesse em medicina, depois transferido para pesquisa científica. Depois da guerra, conseguiu seu doutorado, deu aulas e trabalhou em um dos centros de pesquisa mais prestigiados do país, o National Institute of Health.
Venter só ficou conhecido da grande mídia ao publicamente desafiar o Projeto do Genoma Humano, bancado pelo governo americano, dizendo que seqüenciaria o genoma humano em apenas três anos, num esforço financiado pela iniciativa privada. Criou um método de seqüenciamento rápido que, embora criticado na época por ser pouco precisado, hoje virou padrão da indústria. Venter teria dito a Francis Collins, chefe do projeto, que enquanto ele terminava o genoma humano, Collins "poderia fazer [o genoma do] camundongo." Collins não deixou barato, e em 2000, os dois apresentaram seu trabalho ao mesmo tempo.
Em 2007, Venter publicou o primeiro seqüenciamento genético completo de um só indivíduo - o seu, é claro. Também circulou o mundo em seu iate, o Sorcerer II, imitando a famosa viagem de Charles Darwin no Beagle que deu origem à teoria da evolução. A idéia era coletar microorganismos para decodificar seu DNA e manter a maior biblioteca de genes do mundo e assim ajudar com seu projeto de criar organismos geneticamente customizados para suprir demandas específicas, como algas que convertam dióxido de carbono em gasolina ou diesel.
O grande feito de Venter confirma o materialismo mecanicista na criação de um genoma a partir de moléculas quimicamente sintetizadas, esse genoma gerindo uma célula, essa célula se duplicando a tal ponto que não existirá um traço do citoplasma da célula original em seus descendentes. E isso enterra o fantasma do vitalismo, doutrina tacanha que diz existir uma essência de vida que não é capturada pela bioquímica "reducionista".
A repercussão foi mundial. "E o homem criou a vida", disse a revista britânica ‘The Economist’. "Célula sintética é criada, segundo pesquisadores", disse o ‘New York Times’. "Cientistas criam organismo sintético", publicou o ‘Wall Street Journal’. A pesquisa conduzida por Venter durou 15 anos e US$ 40 é o primeiro genoma artificial.
Se você lembrar das aulas de ácidos nucléicos, o genoma, ou seja, o material genético de suas células, que é responsável por todas as suas características (cor do cabelo, altura, tipo de sangue, cor da pele,...) é constituído de nucleotídeos. Os nucleotídeos são substâncias químicas que quando alinhadas são responsáveis pela síntese de uma proteína específica. Eles são comumente representados pelas letras A (adenina), G (guanina), C (citosina) e T (timina) e sua união forma os DNA.
Os cientistas coordenados por Venter conseguiram armazenar em um computador toda a seqüência de DNA do genoma de uma bactéria (mais de um milhão de pares de nucleotídeos). A partir de posse dessa informação, os pesquisadores produziram seu próprio DNA em laboratório.
Uma analogia para você entender o processo, seria você ler uma redação feita por um amigo seu e depois de posse dessas idéias escrever sua própria redação.
Até hoje, os cientistas tinham conseguido criar sinteticamente apenas vírus, que tem genomas muito mais simples do que uma célula e não se reproduzem sozinhos.
Graig Venter afirmou que a partir dessa descoberta, vacinas como a da gripe poderão ser feitas em horas. Hoje elas demoram meses para ser produzidas.
No mundo todo, muitos cientistas concordaram que a descoberta é um marco histórico. Mas alguns especialistas discordam. Ao jornal ‘The New York Times’, o geneticista David Baltimore reconheceu avanços da pesquisa, mas argumentou que Graig Venter superestimou o resultado da pesquisa e afirmou que a vida não foi criada, apenas copiada.
O diretor de bioética do Vaticano, Rino Fisichella, foi cuidadoso. Disse que é preciso ver como a descoberta será implementada no futuro. A diretora do Instituto Internacional de Bioética, Jennifer Miller, alertou que a preocupação é que a célula sintética possa se transformar numa arma biológica. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou à Comissão de Bioética do Governo uma investigação sobre a pesquisa.
Autoridades católicas italianas expressaram perplexidade e preocupação com o anúncio da criação da primeira célula viva dotada de um genoma sintético, e destacaram um potencial "devastador salto ao desconhecido".
"Nas mãos erradas, a novidade de hoje pode representar amanhã um devastador salto ao desconhecido", afirmou o bispo Domenico Mogavero, presidente da Comissão para Assuntos Jurídicos da Conferência Episcopal italiana, em entrevista ao jornal La Stampa.
"O homem vem de Deus, mas não é Deus: é humano e tem a possibilidade de dar a vida procriando e não construindo-a artificialmente", acrescentou.
"É a natureza humana que dá sua dignidade ao genoma humano, não o contrário. O pesadelo contra o qual tempos que lutar é a manipulação da vida, a eugenia", disse Mogavero.
Para o teólogo Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, região central da Itália, "a preocupação pode ser resumida em uma pergunta: o cientificamente possível também é justo do ponto de vista ético?".
Os perigos podem ser grandes, em mãos erradas os organismos sintéticos podem se tornar uma arma poderosíssima. Pense produzir uma bactéria altamente patogênica que se dissemine em poucas horas, seria mais poderosa que uma bomba atômica. Porém ao mesmo tempo, poderíamos pensar nos pontos positivos. Imagine organismo capazes de produzir fibras das roupas que vestimos, a água que bebemos, fármacos contra as principais epidemias. As possibilidades vão além da nossa imaginação.
Eu penso que esse seja o grande problema, a imaginação do homem. Reflita, discuta com os amigos, faça sua crítica e expresse suas idéias na forma de texto. Agora é com você!!! Fale sobre o que você pensa sobre esse novo passo dado pelo homem.