sábado, 9 de maio de 2009

Vírus da Gripe Suína

Gripe A - Vírus H1N1
Depois de um longo e tenebroso inverno, eu estou de volta. Resolvi tirar a teia de aranha desse blog e voltei a escrever. Afinal de contas, um blog é pra ser atualizado periodicamente. Mas deixando de blábláblá vamos ao que interessa.
Resolvi falar um pouco sobre o vírus da gripe suína, esse que você escuta falar todo dia na televisão. Qual é a desse vírus? Por que esse temor e alarde sobre esse ser microscópico? Vamos devagar!!! Comecemos por conceitos fundamentais para entender qual a problemática desse vírus e da maioria dos outros.

O que é um vírus?
Os vírus são partículas microscópicas sem estrutura celular (membrana, citoplasma e núcleo). Eles são parasitas intracelulares, que vivem como saqueadores da maquinaria celular. São verdadeiros piratas!!! Invadem, saqueiam, sugam o que há de melhor na célula para um único intuito, se reproduzir.
Alguns autores dizem que os vírus apresentam vida por ter a capacidade de se reproduzir. Mas, a meu ver são apenas estruturas bioquímicas que reagem em um meio propício (a célula). A estrutura de um vírus é bem simples, se comparada com as células. Eles apresentam uma cápsula de proteína que encerra o material genético (DNA ou RNA) em seu interior, além de algumas enzimas necessárias para a reprodução (veja a figura abaixo)



Os vírus são parasitas de todos os organismos vivos conhecidas. Mas, na maioria das vezes, existe uma preferência por hospedeiro. Isso acontece por que as proteínas da cápsula do vírus reconhecem as proteínas da superfície da célula do hospedeiro, o que leva a uma certa especificidade. Mas, as vezes acontece de as proteínas de diferentes organismos serem semelhantes e, por isso, alguns vírus conseguem atacar diferentes espécies. Um exemplo disso é o vírus da gripe aviária e da gripe suína.
A origem dos vírus ainda é um assunto que intriga muitos pesquisadores. Mas, existe um forte indício de que eles tenham surgido das células!!! A explicação para isso é a presença de seqüências no genoma (das diferentes espécies do nosso planeta) que são semelhantes ao material genético dos vírus.
Essas seqüências conhecidas com plasmídios e transposons (material genético transferível e que "salta" de um lugar para outro no genoma) podem ter ganhado "vida própria" há alguns milhões de anos tornando-se os vírus atuais. Outros autores, sustentam a hipótese de uma origem dos vírus seja semelhante a origem das células no caldo primordial. Provavelmente eles se especializaram bastante na vida parasita, o que ocasionou uma mudança drástica em sua estrutura. Os pesquisadores que ficam na coluna do meio aceitam as duas hipóteses, afirmando uma "pluri origem".
O que a gente sabe é que fora das células os vírus não são mais do que um amontoado de estruturas bioquímicas que não manifestam atividade vital (não crescem, não degradam e nem fabricam substâncias ou reagem a estímulos). Mas, é só aparecer uma célula que a destruição começa.

As epidemias na história da humanidade
Você mesmo pode ver que as ruas de seu bairro não são um exemplo de limpeza. Isso por causa de uma situação individual de mal educação ou por descaso das autoridade responsáveis pela coleta de lixo e manutenção das condições sanitárias.
Então, imagine a situação das cidades há alguns séculos atrás. Quando não havia um sistema de esgoto adequado e não se conhecia a etiologia (origens e causas) das doenças. O resultado disso foram as grandes epidemias e pandemias que assolaram a humanidade, dizimando populações, limitando o crescimento demográfico e mudando o curso da história.
Possivelmente, o primeiro relato sobre uma grande epidemia se encontra na Bíblia sobre descrição da praga que acometeu os filisteus.

"Estes tomaram dos hebreus a arca do Senhor e foram castigados. "A mão do Senhor veio contra aquela cidade, com uma grande vexação; pois feriu aos homens daquela cidade, desde o pequeno até ao grande e tinham hemorróidas nas partes secretas" (Samuel 1:6.9). Decidiram, então, devolver a arca, com a oferta de 5 ratos de ouro e 5 hemorróidas de ouro. "Fazei, pois, umas imagens das vossas hemorróidas e as imagens dos vossos ratos, que andam destruindo a terra, e dai glória ao Deus de Israel" (Samuel 1:6.5). E os hebreus também foram vitimados pela peste após receberem a arca de volta. "E feriu o Senhor os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor, até ferir do povo cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porquanto o Senhor fizera grande estrago entre o povo" (Samuel 1:6.19) (A Bíblia Sagrada. Trad. de João Ferreira de Almeida - 50a. impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira, 1981, p. 287-9).

As maiores epidemias já registradas foram a de Atenas, Siracusa, peste Antônia, peste do século III, peste negra e a gripe espanhola.


A gripe como epidemia: A gripe suína
A influenza (gripe) é doença infecciosa aguda de origem viral que acomete o trato respiratório e a cada inverno atinge mais de 100 milhões de pessoas na Europa, Japão e Estados Unidos, causando anualmente a morte de cerca de 20 a 40 mil pessoas somente neste último país.
O agente etiológico é o Myxovirus influenzae, ou vírus da gripe. Este se subdivide nos tipos A, B e C, sendo que apenas os do tipo A e B apresentam relevância clínica em humanos. O vírus influenza apresenta altas taxas de mutação, o que resulta freqüentemente na inserção de novas variantes virais nesse grupo, para as quais a população não apresenta imunidade. São poucas as opções disponíveis para o controle da influenza. Dentre essas, a vacinação constitui a forma mais eficaz para o controle da doença e de suas complicações.

Em função das mutações que ocorrem naturalmente no vírus influenza, recomenda-se que a vacinação seja realizada anualmente. No Brasil, segundo dados obtidos pelo Projeto VigiGripe - ligado à Universidade Federal de São Paulo-, verifica-se que a influenza apresenta pico de atividade entre os meses de maio e setembro.
Assim, a época mais indicada para a vacinação corresponde aos meses de março e abril. Para o tratamento específico da influenza estão disponíveis quatro medicamentos antivirais: os fármacos clássicos amantadina e rimantidina e os antivirais de segunda geração oseltamivir e zanamivir.
O vírus da gripe suína faz parte do grupo de Myxovirus influenzae, sendo do subtipo A H1N1. Essa denominação faz referências as proteínas presentes na cápsula do vírus: H - hemaglutinina: uma glicoproteína que liga o vírus ao receptor da célula hospedeira; e N - Neuraminidase: enzima que atua na liberação dos novos vírus produzidos na célula hospedeira.
O subtipo H1N1 que afeta humanos contém genes dos vírus influenza do porco, da ave e de humano, numa combinação única.



Os sintomas da gripe suína são semelhantes ao da gripe sazonal: febre alta, tosse, arrepios de frio, fadiga, dores no corpo, na cabeça e na garganta, vômitos e diarréia. Esses sintomas são acentuados pelo H1N1, além de causar dificuldade respiratória, pois o vírus ativa a liberação de fatores imunológicos a exemplo de citocinas (substâncias químicas liberadas por glóbulos brancos), fazendo com que os pulmões fiquem cheios d'água. O vírus pode ficar no organismo de 24 a 48 horas, até que apareçam os primeiros sintomas.
O contágio ocorre ainda antes do aparecimento dos sintomas, e até sete dias após o início dos mesmos. As formas de contágio são as mesmas da gripe normal, ou seja, de pessoa para pessoa através do ar.
O vírus é transportado através de espirros, de tosse, secreções nasais ou dos olhos, contaminando o ar e objetos do ambiente. Tocar numa superfície contaminada e em seguida mexer nos olhos, boca ou nariz também pode levar à disseminação do vírus. Mas, se o H1N1 passar muito tempo fora dos organismos vivos, ele é destruído pelas condições ambientais.
O que podemos fazer para nos proteger é lavar as mãos com sabão e/ou álcool, várias vezes por dia e se alimentar bem, dormir o necessário para descansar o organismo e evitar condições de estresse. Essas medidas mantêm o sistema imunológico a todo gás e pronto a combater o vírus.
O diagnóstico é realizado pela análise clínica, pesquisando o tempo de início e a gravidade dos sintomas sugestivos de gripe. A prova final apenas surge após um exame laboratorial (análise genética do vírus presente nas secreções dos pacientes).
Há quatro antivirais, mas nem todos são eficazes para a totalidade dos vírus. No caso da gripe H1N1, o vírus é sensível aos medicamentos Tamiflu e Relenza. As substâncias impedem a sua replicação no organismo, tornando mais curto o período de duração da doença, diminuindo a gravidade dos sintomas e parando o contágio.
É importante que a medicação seja utiliza com precaução, pois pode ocorrer a seleção de vírus resistentes aos antivirais. Este processo é semelhante ao que acontece com as bactérias e os antibióticos; a utilização de antibióticos em concentrações e por período de tempo errado seleciona bactérias resistentes ao medicamento.
O alarde todo das autoridades sanitárias explica-se por se tratar de uma introdução rápida de um novo vírus causador de gripe nos humanos. O fato de se tratar de um organismo desconhecido, para o qual ninguém no mundo apresenta imunidade, fez temer o surgimento de uma nova pandemia. Um vírus novo tem a capacidade de infectar pessoas mesmo fora do período sazonal da gripe. A gripe suína não é tão letal quanto a gripe sazonal.
A grande questão é que o H1N1 tem seu potencial destrutivo aumentado por outras doenças. Isso explica as mortes de várias pessoas decorrentes da contaminação por esses vírus, ou seja, as pessoas que faleceram já apresentavam uma doença de base (outra doença) que enfraqueceu as linhas de defesa imunológicas. No Pará já aconteceram dois casos de morte devido a infecção por H1N1, mas como já foi dito, esses casos foram a óbito por terem uma outra doenças (um paciente tinha pneumonia e o outro apresentava insuficiência renal).


2 comentários:

  1. Bonita essa foto... parece uma pintura =o) E imagina o estrago que esse bichinho faz no nosso organismo...

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  2. Navegando pela net da vida achei seu blog, parabéns rapá, muito legal mesmo, somos do mesmo estado, aparece pra da uma visita no blog: http://biologiaquepariu.blogspot.com
    Ass. Fabiano Reis

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